quarta-feira, 30 de julho de 2014

Benefícios do hábito de correr

Correr dez minutos por dia já traz benefícios para a saúde

Novo estudo indica que praticar o exercício menos de uma hora por semana protege a saúde cardíaca da mesma forma que correr por períodos mais longos

Corrida: Nem sempre, distância percorrida e tempo de exercício é o que importa
Corrida: Nem sempre, distância percorrida e tempo de exercício é determinante para beneficiar a saúde(Thinkstock/VEJA)
Os benefícios da corrida são bem conhecidos, como o controle do peso, a melhora do condicionamento físico e a prevenção de doenças cardíacas. No entanto, a velocidade, distância e frequência com que uma pessoa pratica o exercício nem sempre são determinantes para surtir esses efeitos positivos. O que parece fazer a diferença é manter o hábito de correr durante vários anos.
Essas são as conclusões de um novo estudo americano, que mostrou que correr por apenas dez minutos ao dia, e cinco vezes por semana, já é suficiente para reduzir o risco de morte precoce. Segundo a pesquisa, o maior benefício é observado não em quem corre maiores distâncias, mas sim entre aqueles que praticam o exercício por pelo menos seis anos.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Leisure-Time Running Reduces All-Cause and Cardiovascular Mortality Risk

Onde foi divulgada: periódico Journal of the American College of Cardiology

Quem fez: Duck-chul Lee, Russell Pate, Carl Lavie, Xuemei Sui, Timothy Church e outros

Instituição: Universidade do Estado de Iowa, EUA

Resultado: Correr de forma constante, mesmo menos do que 50 minutos por semana e uma distância menor do que 9 quilômetros, ajuda a reduzir o risco de mortalidade.
O estudo, feito na Universidade do Estado de Iowa, será publicado na edição de agosto do periódico Journal of the American College of Cardiology. Os pesquisadores acompanharam cerca de 55.000 adultos durante quinze anos.
Proteção  Ao longo desse tempo, 3.413 participantes morreram, sendo que 1.217 das mortes ocorreram por doença cardíaca. Segundo os resultados, as pessoas que praticavam corrida, em comparação com as que não faziam o exercício, tiveram um risco 30% menor de morrer por qualquer causa ao longo da pesquisa e 45% menor de morrer por alguma doença cardíaca. Além disso, elas viveram, em média, três anos a mais do que as outras.
O estudo indicou que os benefícios da corrida sobre o risco de mortalidade foram observados mesmo em pessoas que corriam, na semana, uma distância de até 9 quilômetros, menos de 50 minutos e em uma velocidade menor do que 9 quilômetros por hora. 
Segundo os autores, pessoas que correm até uma hora por semana, por exemplo, parecem ter benefícios semelhantes mesmo em comparação com aquelas que correm mais do que três horas semanais. "Aparentemente, após correr uma determinada distância e por um certo período de tempo, os benefícios se mantêm os mesmos. Não sabemos ao certo o motivo pelo qual isso acontece", disse à rede americana CNN Warren Levy, médica chefe do instituto de cardiologia Virginia Heart, nos Estados Unidos. 
Estabilidade  Segundo a pesquisa, os participantes que mantiveram a prática de corrida por pelo menos seis anos apresentaram maior proteção contra morte por problemas cardiovasculares. Eles tiveram um risco 50% menor de morrer por doenças cardíacas ou acidente vascular cerebral (AVC) em comparação com quem não corria.
"A maioria das pessoas diz que não tem tempo de se exercitar, mas mostramos que correr dez minutos por dia já proporciona efeitos positivos", afirma Duck-chul Lee, professor da Universidade do Estado de Iowa e coordenador do estudo. 
FONTE: veja.abril.com.br

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Consumo de iogurte ajuda a controlar a hipertensão

Revisão de pesquisas concluiu que a ingestão regular de probióticos, presentes também em leites fermentados, diminui a pressão arterial

iogurte
Bactérias probióticas estão presentes em iogurtes e em leites fermentados (Getty Images/iStockphoto)
Consumir regularmente alimentos com probióticos, como iogurtes e leites fermentados, pode melhorar a pressão sanguínea, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira no periódico Hypertension. Os probióticos são bactérias naturalmente encontradas no intestino e conhecidas por regular o trânsito intestinal e proteger o órgão. 
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Effect of Probiotics on Blood Pressure

Onde foi divulgada: periódico Hypertension

Quem fez: Saman Khalesi, Jing Sun, Nicholas Buys e Rohan Jayasinghe.

Instituição: Universidade Griffith, na Austrália, entre outros

Resultado: O consumo regular de probióticos por mais de oito semanas diminuiu, em média, a pressão sistólica em 3,56 mm Hg e a diastólica em 2,38 mm Hg.
Pesquisadores australianos analisaram nove estudos que examinaram o impacto do consumo de probióticos na pressão arterial de 543 adultos. Eles constataram que o consumo regular das bactérias por mais de oito semanas diminuiu, em média, a pressão sistólica (máxima) em 3,56 mm Hg e a diastólica (mínima) em 2,38 mm Hg. Os efeitos positivos dos micro-organismos na pressão diastólica foram maiores em pessoas cuja pressão era igual ou superior a 13 por 8.
"Nós acreditamos que os probióticos podem ajudar a diminuir a pressão sanguínea por ter outros efeitos positivos na saúde, como melhorar o nível de colesterol LDL, reduzir a glicose no sangue, diminuir a resistência à insulina e ajudar a regular o sistema hormonal", diz Jing Sun, líder do estudo e professora da Universidade Griffith, na Austrália. "Estudos adicionais são necessários antes dos médicos recomendarem probióticos para o controle e a prevenção da hipertensão."

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Alimentos Orgânicos

Estudo sugere que alimentos orgânicos são mais nutritivos

Comunidade científica, porém, ainda não está convencida de que esses produtos são mais benéficos à saúde do que os convencionais

Alimentação: Estudo concluiu que vegetais orgânicos contêm mais antioxidantes
Alimentação: Estudo concluiu que vegetais orgânicos contêm mais antioxidantes (Thinkstock)
Um extenso estudo feito na Grã-Bretanha concluiu que alimentos orgânicos contêm mais antioxidantes, compostos associados a diversos benefícios à saúde, do que alimentos comuns, além de níveis menores de pesticidas.
Segundo os pesquisadores, substituir vegetais comuns por orgânicos surte o mesmo efeito que passar a comer entre uma e duas porções a mais de frutas e verduras todos os dias. Atualmente, os médicos recomendam que a ingestão de cinco porções desses alimentos diariamente.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Higher antioxidant and lower cadmium concentrations and lower incidence of pesticide residues in organically grown crops: a systematic literature review and meta-analyses

Onde foi divulgada: Periódico British Journal of Nutrition

Quem fez: Carlo Leifert; Dominika Srednicka-Tober  Nikos Volakakis; e outros

Instituição: Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha

Resultado: Vegetais orgânicos contêm entre 19% e 69% mais antioxidantes do que os alimentos convencionais, porém, apresentam menos proteína.
Embora os vegetais orgânicos sejam vendidos como uma fonte mais saudável de alimentação, muitos especialistas questionam se esses alimentos de fato são mais nutritivos. Uma pesquisa da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, divulgada em 2012, por exemplo, analisou mais de 200 estudos sobre o assunto e encontrou poucas evidências sobre os efeitos positivos dos alimentos orgânicos na saúde.
O novo estudo, feito na Universidade de Newcastle, revisou 343 pesquisas feitas em todo o mundo sobre alimentos orgânicos. Segundo as conclusões, há diferenças significativas entre os níveis de certos antioxidantes, como os polifenois, presentes nos alimentos comuns e nos orgânicos — a variação que pode ser de 19% a 69%.
Os vegetais produzem grande parte de seus antioxidantes quando lutam contra o ataque de pragas. Portanto, é possível que eles apresentem maiores níveis dessas substâncias porque não são resguardados pelos pesticidas. Em humanos, os antioxidantes protegem as células do organismo contra os danos causados por radicais livres. Por isso, desaceleram o envelhecimento e podem prevenir doenças degenerativas, como o câncer. 
Por outro lado, a pesquisa também indicou que alimentos orgânicos apresentam, no geral, menores níveis de proteína. O trabalho completo será publicado no periódico British Journal of Nutrition na próxima semana.
Contraponto — Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Tom Sanders, chefe do setor de diabetes e nutrição do King’s College London, classificou o estudo como "enganador". Segundo ele, os níveis de antioxidantes nos vegetais não são necessariamente relevantes em termos nutricionais. 
"Eu não estou convencido", disse Sanders. "Você não estará mais bem nutrido se passar a ingerir alimentos orgânicos. O mais importante não é se você come comidas convencionais ou orgânicas, mas simplesmente se você come frutas e verduras."
Já o coordenador do Programa de Alimentação e Saúde do Instituto de Pesquisa em Alimentos disse à rede britânica BBC que ainda não há evidências científicas fortes mostrando que os orgânicos tenham qualquer consequência, boa ou ruim, à saúde pública.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Saiba um pouco sobre Enxaqueca

Enxaqueca tem relação estreita com stress no trabalho

Estudo brasileiro descobriu que pessoas que sofrem com crises de dor de cabeça tendem a ter profissões mais estressantes

Enxaqueca: Stress no trabalho é fator de risco para o problema
Enxaqueca: Stress no trabalho é fator de risco para o problema (Thinkstock)
O stress provocado pelo trabalho é um importante fator de risco para a enxaqueca, indica um estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP). De acordo com a pesquisa, profissões extremamente exigentes e ambientes de trabalhos ruins estão associados a uma maior frequência desse tipo de dor.
O stress é conhecido por causar a enxaqueca, mas as pesquisas realizadas até agora não haviam chegado a conclusões consistentes sobre a relação entre o stress no trabalho especificamente e as dores de cabeça. Os principais estudos sobre o impacto de profissões estressantes na saúde apontavam que elas estão associadas, por exemplo, a um maior risco de doenças cardiovasculares e de dores musculares.
CONHEÇA A PESQUISA

Título originais: Job stress is associated with migraine in current workers: The Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil)​

Onde foi divulgada: periódico European Journal of Pain

Quem fez: Itamar Santos, Rosane Harter Griep, Paulo Lotufo, Sandhi Maria Barreto, Dora Chór, Isabela Martins Bensenor, Márcia Guimarães de Mello Alves e Alessandra Carvalho Goulart

Instituição: Faculdade de Medicina e Hospital Universitário da USP; Fundação Oswaldo Cruz; Universidade Federal Fluminense; Universidade Federal de Minas Gerais.

Resultado: Trabalhos mais estressantes são mais comuns entre pessoas que sofrem crises de enxaqueca.
A nova pesquisa foi realizada por especialistas da USP e também da Fundação Oswaldo Cruz, Universidade Federal Fluminense e Universidade Federal de Minas Gerais. Os resultados serão publicados na edição impressa do mês de julho do periódicoEuropean Journal of Pain.
A pesquisa se baseou nos dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA Brasil), levantamento realizado com mais de 15 000 funcionários de cinco universidades e um centro de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre Salvador e Vitória. A idade dessas pessoas quando o estudo começou, em 2008, variava de 35 a 74 anos.
A análise sobre stress no trabalho e enxaqueca, especificamente, foi feita a partir dos dados de 6 372 participantes do ELSA. Eles responderam a dois questionários. Um era sobre enxaqueca, como se haviam sofrido alguma crise no último ano, a frequência com que tinham o problema e os sintomas que acompanhavam as dores. O outro questionário foi aplicado para medir o stress que esses indivíduos sofriam na profissão, usando como base fatores como demanda de tarefas e ambiente de trabalho. Os voluntários foram acompanhados durante um ano.
Relação — Os resultados mostraram que fatores que desencadeiam stress no trabalho foram mais prevalentes entre os participantes que sofriam enxaqueca (ou seja, que tiveram ao menos uma crise no ano anterior) do que entre aqueles que não tinham o problema.
De acordo com o estudo, quem sofre crises de enxaqueca com maior frequência é mais propenso a ter trabalhos mais exigentes — ou seja, que envolvem tarefas com pouco tempo para serem realizadas ou que exigiam muito esforço para serem concluídas, por exemplo. Além disso, a pesquisa indicou que indivíduos que sofrem enxaqueca também tendem a atuar em ambientes profissionais ruins e a ter trabalhos nos quais possuem pouca autonomia para tomar decisões ou realizar tarefas variadas.
O estudo também descobriu que a relação entre stress no trabalho e enxaqueca é ainda mais forte entre mulheres do que homens. Os autores afirmaram, no artigo, que o motivo que leva a essa diferença deve ser estudado de forma mais aprofundada no futuro.