domingo, 21 de dezembro de 2014

Perda de peso pela respiração

Corpo elimina maioria da gordura pela respiração, diz estudo

Pesquisadores descobrem que, no processo de perda de peso, grande parte da gordura é transformada em dióxido de carbono e eliminada pelos pulmões

Dieta
Dieta: ao perder 10 quilos, 8,4 quilos são excretados em forma de dióxido de carbono (Hemera Technologies/Thinkstock/VEJA)
Ao perder peso, a gordura precisa ir para algum lugar. De acordo com um estudo australiano publicado na terça-feira na edição de Natal do periódico BMJ, quando uma pessoa emagrece, a gordura é excretada primeiramente pelo pulmão em forma de dióxido de carbono (CO2).
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: When somebody loses weight, where does the fat go?​

Onde foi divulgada: periódico BMJ

Quem fez: Ruben Meerman e Andrew J Brown.

Instituição: Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália.

Resultado: Ao perder 10 quilos de gordura, o corpo a excreta 8,4 quilos pelos pulmões em forma de dióxido de carbono (CO2) e 1,6 quilos em forma de água.
A explicação seria a de que as células de gordura armazenam triglicérides, um composto formado por três átomos: carbono, hidrogênio e oxigênio. Para perder gordura, é necessário liberar esses átomos da molécula de triglicérides por um processo chamado de oxidação.
O estudo constatou que quando 10 quilos de gordura são oxidados, 8,4 quilos são excretados pelos pulmões em forma de dióxido de carbono. O restante, 1,6 quilos, se transforma em água (H2O), que pode ser excretada pela urina, suor, respiração, lágrimas, fezes ou outros fluidos corporais.
Os autores chegaram a essa conclusão depois de traçarem o caminho percorrido por cada átomo excretado pelo corpo. “Essa bioquímica não é nova. Mas por razões incertas parece que ninguém tinha feito esses cálculos antes. As quantidades fazem total sentido, mas os resultados foram surpreendentes”, explicam os autores.
Respiração — A análise mostrou ainda que o oxigênio inalado necessário para realizar o processo metabólico de perda de peso precisa ser quase três vezes maior do que a quantidade de gordura a ser perdida. Isto é, para completar o processo de oxidação de 10 quilos de gordura, são necessários 29 quilos de oxigênio inalado. No montante, são criados 28 quilos de CO2 e 11 quilos de água.
Os pesquisadores analisaram, também, que uma pessoa com 70 quilos excreta 200 gramas de carbono por dia e um terço da perda de peso é alcançada durante o sono. Correr por uma hora, por exemplo, elimina 40 gramas de CO2 a mais — elevando a média diária para 240 gramas.
“Perder peso requer liberar o carbono armazenado nas células de gordura. Isso reforça a recomendação de comer menos e se mover mais”, explicam os autores, que ainda recomendaram que esse conceito seja incluído no currículo de ciências nas escolas e nas universidades de bioquímica.

A edição de Natal do BMJ é conhecida por selecionar estudos com temas engraçados, mas que passaram pelos critérios usuais de revisão de pares e são “reais”, na definição da publicação.

FONTE: veja.abril.com.br

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Refluxo

Não exagerar nas refeições e evitar bebidas gasosas são formas de conter o problema, causado pela ida do suco gástrico ao esôfago

Patricia Orlando
Refluxo: problema acomete 20% dos brasileiros
Refluxo: problema acomete 20% dos brasileiros (Thinkstock)
Sensação de que a comida não caiu bem no estômago e quer pegar o caminho de volta, acompanhada de azia e queimação, são sintomas de refluxo gastroesofágico, um problema digestivo que acomete 20% dos brasileiros.
O refluxo se manifesta quando uma válvula chamada esfíncter, que tem a função de impedir que o suco gástrico vá para o esôfago, não funciona corretamente e abre sem necessidade. Parte da comida e do suco gástrico pode voltar ao esôfago e causar queimação.
De acordo com o gastroenterologista Joaquim Prado Moraes Filho, professor-livre docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), ainda não se sabe por que o esfíncter não exerce corretamente sua função. “O que sabemos é que a genética é um fator importante para o aparecimento do problema”, diz.
Sintomas — Além de azia e da sensação de que a comida está voltando para a boca, o refluxo pode apresentar outros sintomas. “O suco gástrico pode ir para o pulmão, por exemplo, e causar asma, tosse seca e soluço”, diz Ricardo Barbuti, gastroenterologista do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Também pode haver problemas odontológicos por causa da acidez do suco gástrico. Um exemplo é a perda da dentina, camada interna que envolve o nervo, o que leva à sensibilidade dos dentes.
Se não tratado, o refluxo prejudica a qualidade de vida da pessoa, porque dores e azia tendem a piorar com o tempo. Além disso, sem tratamento, o problema pode evoluir para a esofagite, caracterizada por machucados no esôfago, a para o chamado Esôfago de Barret, uma alteração no tecido do órgão que causa câncer. 
Tratamento — O primeiro passo é evitar o consumo de alimentos gordurosos, doces e bebidas gasosas. O tratamento farmacológico pode ser feito pontualmente ou cronicamente, de acordo com a gravidade da esofagite. “O tratamento com medicamentos é baseado em drogas que diminuem a secreção de ácido no estômago e nos pró-cinéticos, que aceleram o esvaziamento gástrico e tendem a contrair o esfíncter, dificultando a sua abertura sem necessidade”, diz o gastroenterologista Giovanni Faria Silva, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). Nos casos mais graves, uma cirurgia pode fazer o esfíncter voltar a funcionar corretamente.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Diabetes aos 50 anos pode causar perda de memória aos 70

De acordo com pesquisa, a doença acelera o envelhecimento da mente cinco anos mais rápido que o normal

Diabetes
Diabetes: o controle da síndrome pode prevenir demência na velhice (Thinkstock/VEJA)
Pessoas diagnosticadas com diabetes na meia idade — ao redor dos 50 anos — têm mais probabilidade de sofrer perdas significativas de memória e de cognição depois de 20 anos, comparadas com indivíduos que mantêm taxas de glicose normais no sangue. A revelação está descrita na edição de terça-feira do periódico Annals of Internal Medicine.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Diabetes in Midlife and Cognitive Change Over 20 Years: A Cohort Study

Onde foi divulgada: periódico Annals of Internal Medicine

Quem fez: Andreea M. Rawlings, A. Richey Sharrett, Andrea L.C. Schneider, Josef Coresh, Marilyn Albert, David Couper, Michael Griswold, Rebecca F. Gottesman, Lynne E. Wagenknecht, B. Gwen Windham, Elizabeth Selvin

Instituição: Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos

Resultado: Pessoas que não controlam o diabetes na meia idade têm mais probabilidade de sofrer perda de memória e de cognição depois de 20 anos.
Pesquisadores Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg descobriram que o diabetes envelhece a mente cinco anos mais rápido que o normal. O declínio de memória e de funções cognitivas está fortemente associado à demência.
“A lição é que, para ter um cérebro saudável aos 70 anos, você precisa se alimentar direito e se exercitar aos 50”, afirma a líder do estudo, Elizabeth Selvin, professora de epidemiologia da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg. 

Pesquisa — No estudo, Elizabeth e sua equipe analisaram dados de 15 792 adultos acompanhados de 1987 a 2013. Os pesquisadores compararam a perda cognitiva associada ao envelhecimento com o declínio observado nos voluntários do estudo. A perda foi 19% maior do que a esperada entre os participantes que não controlavam o diabetes adequadamente.

“Se nós prevenirmos e controlarmos o diabetes de maneira melhor, poderemos evitar a progressão da demência em muitas pessoas”, diz Elizabeth. “Retardar o surgimento da demência em alguns anos pode ter um impacto enorme na população, incluindo ganho de qualidade de vida e menos gastos com saúde.”