Tu, campestre, cidade bem mineira,
Que te escondes no aldo da ladeira,
Em teu berço de afeto eu nasci.
Se o destino me trouxe bem distante
Do teu jeito mineiro cativante,
Com certeza, jamais te esqueci.
Com teus campos de gado e cafezais,
O bom clima, boa Terra das Gerais
Os teus filhos que não fogem das lutas:
Fazendeiros, doutores, toda gente
Com decência e vida transparente,
Tu mereces o pódio que desfrutas.
Tu, Campestre, cidade carinhosa,
Que deitas no morro tão formosa,
Que tens moças bonitas e faceiras,
Tens bom queijo, café de qualidade,
E quem te deixa morre de saudade,
Se não, faz seu retorno às carreiras.
Um homenagem ao poeta João Ferreira, meu marido, amigo e companheiro de muitas décadas.
Em 2003 realizou um grande sonho: a publicação do seu livro de poesia Quando Fala o Coração.
João faleceu em 17/09/2010 e deixou muitas saudades.
Conheço João Ferreira e aprendi a conhecer seu espírito puro e transcendental. Consegue alinhar sua condição de mineiro das Gerais ao homem da metrópole de São Paulo, por ele adotado para viver e constituir a família. A sua pessoa cativa e agrada à primeira vista: quieto, fala mansa, ponderado e sábio, na mais autêntica acepção da palavra. Da pescaria à contabilidade, do fotógrafo ao relações públicas e diplomata, do homem de fé ao empresário, tudo podemos encontrar nesta maravilhosa pessoa humana.
Sua obra retrata o homem simples, com seus amores, suas glórias, suas decepções, suas memórias, suas vitórias e derrotas, enfim a plenitude da vida.
Cumpre salientar o espírito e a sensibilidade com que foram poeticamente contados. Da juventude, o primeiro amor. Aquele abala o mais íntimo do ser que desabrocha para a vida. Que não é o último, mas que para todos, parece definitivo. Imaginem, então, esta sensação numa alma poética.
O poeta, liberto de sua primeira prisão, passa a sentir os reais valores materiais e espirituais da sua existência. Sempre com a mesma alma sensível.
Da realidade, reconhece os verdadeiros valores e se realiza. Essa realização é seguida da calma e tranqüilidade para apreciar tudo o que a vida proporcionou, o Dom de Deus a disposição dos homens.
Da realização, pode cantar as suas origens e a simplicidade daquela vida autêntica do interior. Aquela estrela que o guiou na sua vida, permitiu-lhe enfrentar, com altivez, o desafio da metrópole, sempre com o espírito limpo e puro.
Em seguida, as conseqüências: a esposa, os filhos e os netos, que significam a nossa continuidade, a perpetuação da espécie. Tudo com renúncia e aceitação do destino que nos foi reservado por Deus.
Wagner Colombarolli
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, da Arcádia de Minas Gerais e da Academia Mineira Maçônica de Letras.
DÊ UM TEMPO DA SUA VIDA PARA CONVERSAR COM DEUS.
VOCÊ NÃO IMAGINA O QUANTO FICARÁ FELIZ EM OUVÍ-LO.
VÁ, TENTE, FALE COM ELE...
ELE ESTÁ AÍ BEM JUNTINHO DE VOCÊ.
TENTE...
Ó Deus, nós te damos graças por este universo, nosso lar; pela sua vastidão e riqueza, pela exuberância da vida que o enche e da qual somos parte. Nós te louvamos pela abóbada celeste e pelos ventos, grávidos de bênçãos, pelas nuvens que navegam e as constelações, lá no alto. Nós te louvamos pelos oceanos, pelas correntes frescas, pelas montanhas que não se acabam, pelas árvores, pelo capim sob os nossos pés. Nós te louvamos pelos nossos sentidos: poder ver o esplendor da manhã, ouvir as canções dos namorados, sentir o hálito bom das flores da primavera. Dá-nos, rogamos-te, um coração aberto a toda esta alegria e a toda esta beleza, e livra as nossas almas da cegueira que vem da preocupação com as coisas da vida e das sombras das pa–ixões, a ponto de passar sem ver e sem ouvir até mesmo quando a sarça, ao lado do caminho, se incendeia com a glória de Deus. Alarga em nós o senso de comunhão com todas as coisas vivas, nossas irmãs, a quem deste esta terra por lar, juntamente conosco. Lembramo-nos, com vergonha, de que no passado aproveitamos do nosso maior domínio e dele fizemos uso com crueldade sem limites, tanto assim que a voz da terra, que deveria ter subido a ti numa canção, tornou-se um gemido de dor. Que aprendamos que as coisas vivas não vivem só para nós; que elas vivem para si mesmas e para ti, que elas amam a doçura da vida tanto quanto nós, e te servem, no seu lugar, melhor que nós no nosso. Quando chegar o nosso fim, e não mais pudermos fazer uso deste mundo, e tivermos de dar nosso lugar a outros, que não deixemos coisa alguma destruída pela nossa ambição ou deformada ela nossa ignorância. Mas que passemos adiante nossa herança comum mais bela e mais doce, sem que lhe tenha sido tirado nada da sua fertilidade e alegria, e assim nossos corpos possam retornar em paz para o ventre da grande mãe que os nutriu e os nossos espíritos possam gozar da vida perfeita em ti. Do livro Orações por um mundo melhor, PAULUS, 1997