quarta-feira, 15 de abril de 2015

Os alimentos que mais causam alergia

Leite de vaca, ovo, trigo, frutos do mar e amendoim são algumas das comidas que mais desencadeiam reações alérgicas


A alergia alimentar é uma reação anormal do nosso organismo a alguma proteína presente na comida. O problema ocorre quando o corpo identifica como uma ameaça substâncias que, na verdade, não causam doenças, iniciando uma resposta imune para combatê-las. Segundo uma revisão de estudos publicada em 2008 no periódico Current Opinion in Pediatrics, leite de vaca, soja, amendoim, ovo, castanhas, trigo, peixes e frutos do mar são os alimentos responsáveis por 90% das alergias.
Em contato com o agente agressor, o organismo cria um processo inflamatório que produz quantidades excessivas de anticorpos do tipo IgE. As reações mais comuns desencadeadas pelos anticorpos acontecem na pele e se manifestam como coceiras, urticária (manchas vermelhas na pele) e angioedema (inchaço das partes moles). Também podem aparecer sintomas gastrointestinais, como vômito, dor abdominal e diarreia ou sintomas respiratórios, caracterizados por coceira no nariz, espirro, tosse, falta de ar e chiado no peito.
Ariana Yang, diretora da Regional São Paulo da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) explica que quando há manifestação clínica de reação alérgica em dois sistemas simultaneamente, por exemplo, urticária e vômito, isso é considerada uma reação grave ou anafilática e exige uma ida ao hospital ou a aplicação de adrenalina. "Os sintomas respiratórios também são um alerta para uma reação alérgica grave, pois não são comuns em alergias alimentares, e demandam uma ação imediata".
"As alergias alimentares da infância tendem a desaparecer conforme a criança cresce. Já aquelas que aparecem na fase adulta tendem a ser mais graves e irreversíveis", afirma o nutrólogo Celso Cukier, presidente do Instituto de Metabolismo e Nutrição.
De acordo com Cukier, o único modo de saber se uma pessoa é alérgica a um alimento é observar os sintomas que manifestados quando a comida é ingerida. Exames sanguíneos que apontam alimentos aos quais uma pessoa pode ter sensibilidade são dispensáveis, pois não indicam que, necessariamente, o indivíduo desenvolverá uma alergia. "Nosso corpo tem mecanismos de defesa, principalmente no trato gastrintestinal, que impedem a penetração do agente alérgeno", diz.
A melhor forma de tratar uma alergia alimentar é, uma vez constatado o quadro alérgico, não voltar a ingerir o alimento e seus derivados. Em caso de reação simples, como manifestações cutâneas, o alérgico pode tomar um anti-histamínico, popularmente conhecido como antialérgico. Se a reação for grave - anafilática, manifestações clínicas do sistema respiratório, cardiovascular (tontura e desmaio) ou fechamento da glote - o paciente deve ser imediatamente levado ao hospital.
Mudança de hábitos - De acordo com José Carlos Perini, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, nos últimos quatro anos houve uma mudança no perfil da prevalência das alergias alimentares no Brasil. Aumentaram os casos de pessoas alérgicas a aditivos alimentares (compostos presentes em alimentos industrializados), amendoim, milho, gergelim e frutas tropicais (banana, mamão, kiwi), que não eram muito comuns no país. "Ainda não existem motivos comprovados que expliquem essa mudanças, mas supõe-se que se deva a mudanças nos hábitos alimentares, dietas repetitivas ou muito restritivas, menor contato com a natureza e maior ingestão de alimentos industrializados".

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Pratos pequenos X Comer menos

Comer em pratos pequenos nem sempre funciona para emagrecer

Pesquisa revelou que, para adolescentes com sobrepeso e obesidade, o truque não é eficaz



Porção: dica de mudar o tamanho do prato para comer menos pode não funcionar para adolescentes (ThinkStock/VEJA)

Um dos truques utilizados por quem quer emagrecer é comer em pratos pequenos, como os de sobremesa, e não nos grandes. Especialistas em dieta dizem que esse hábito faz uma pessoa ingerir menos alimentos. Para adolescentes acima do peso ideal, no entanto, a dica não funciona, revelou um estudo da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos.
Pesquisadores entrevistaram 162 meninas de 14 a 18 anos, com diversos índices de massa corpórea (IMC), sobre a percepção que elas tinham do tamanho de uma porção de comida em pratos de vários tamanhos. Eles descobriram que, na média, o truque visual funcionava menos para adolescentes com sobrepeso e obesidade do que para as garotas de peso normal.
"Presume-se que pessoas obesas ou com sobrepeso têm, em comparação com indivíduos de peso saudável, propensão a subestimar o tamanho de uma porção e, consequentemente, comer mais. Isso valeria, sobretudo, para alimentos apresentados em recipientes grandes", afirma o psiquiatra Lance Bauer, coautor do estudo. Por esse motivo, diz Bauer, quem quer emagrecer é encorajado a comer em pratos pequenos - uma vez que a mesma porção que seria satisfatória em um recipiente pequeno e cheio pode não satisfazer a pessoa em um recipiente grande e menos preenchido.
Na pesquisa, contudo, isso não aconteceu com as garotas acima do peso, cuja sensação de saciedade não apresentou diferenças se a mesma porção era servida em um recipiente pequeno ou em um grande. "A descoberta sugere que trocar um prato grande por um pequeno em uma refeição é uma medida menos eficiente do que pensávamos", afirma Bauer. O estudo revelou também que as adolescentes não dão tanta importância a gráficos com informações dietéticas e contagem de calorias.
Para Lance Bauer, as campanhas de emagrecimento direcionadas a adolescentes devem ser simples, claras, repetitivas e interessantes. A pesquisa foi apresentada nesta sexta-feira no encontro anual da Sociedade Americana Psicossomática.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Obesidade eleva em 40% o risco de câncer em mulheres

Tumores associados ao excesso de peso são:
intestino, mama pós-menopausa, vesícula biliar,
útero, rim, pâncreas e de esôfago


Gordura localizada
É preciso agir para diminuir os riscos de câncer em fatores que podemos controlar como não fumar, ter uma alimentação e peso saudáveis e não abusar do álcool(Stockbyte/Thinkstock/VEJA)

Obesas correm risco 40% maior de desenvolver algum câncer relacionado ao peso em comparação com mulheres saudáveis. Os principais tumores ligados ao excesso de peso são: intestino, mama pós-menopausa, vesícula biliar, útero, rim, pâncreas e de esôfago. O dado foi divulgado nesta terça-feira pela Cancer Research UK, uma ONG britânica que realiza pesquisas com o intuito de combater o câncer.
De acordo com a ONG, de cada 1 000 mulheres obesas, 274 serão diagnosticadas, durante sua vida, com um câncer ligado ao sobrepeso. Quando comparadas a 1 000 mulheres de peso saudável, 194 desenvolverão os mesmos tipos de tumor. Este levantamento foi baseado em diversos estudos e dados oficiais sobre a incidência de câncer, obesidade e a relação entre eles na Grã-Bretanha.
Existem diferentes maneiras pelas quais a obesidade pode aumentar os riscos de câncer em mulheres. Uma das mais apontadas é a produção de hormônios pelas células adiposas, como o estrogênio. Acredita-se que este hormônio seja o combustível do desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como mama e útero. Outra possibilidade é que o excesso de gordura cause múltiplos efeitos no metabolismo de outras células, podendo elevar o nível de radicais livres e danificar o DNA celular.
Prevenção - "Ajudar as pessoas a entender como elas podem reduzir seus riscos de desenvolver câncer continua a ser crucial na luta contra a doença", afirma Julie Sharp, chefe do setor de informações para saúde da Cancer Research UK. Ela lembra que a probabilidade de uma pessoa ter um tumor é uma combinação de vários fatores, como genética, ambiente e envelhecimento. "Embora não possamos comandar alguns desses aspectos, é preciso agir sobre aqueles que controlamos, a exemplo de não fumar, ter alimentação e peso saudáveis e beber moderadamente. "

quarta-feira, 4 de março de 2015

Tomar 3 ou 4 xícaras de café por dia pode prevenir infarto

Estudo concluiu que consumo moderado da bebida evita

a formação de coágulos no sangue.


Consumo de café:
pesquisa foi feita com mais de 25 000 pessoas
(VEJA.com/Thinkstock)

Tomar três ou quatro xícaras de café por dia pode diminuir o risco de infarto por obstrução arterial. A revelação é de um estudo publicado nesta terça-feira no periódico Heart.
A pesquisa foi feita com mais de 25.000 homens e mulheres sul-coreanos, com idade média de 41 anos e sem sintomas de doenças cardiovasculares. Seu objetivo era investigar a relação entre consumo de café e a presença de cálcio nas artérias, um indicador de aterosclerose. Essa doença é caracterizada pelo depósito de placas de gordura nas paredes das artérias, o que causa o entupimento dos vasos ou a redução do fluxo sanguíneo.
Segundo o estudo, a média de cálcio nas artérias das pessoas que ingerem três ou quatro xícaras de café por dia é 10% menor em relação àquelas que tomam de uma a três xícaras, e quase 20% menor se comparada aos indivíduos que bebem menos de uma.
"As evidências sugerem que o consumo de café poderia manter uma relação inversa ao risco de doenças cardiovasculares", de acordo com o estudo feito por cientistas do hospital Kangbuk Samsung, na Coreia do Sul. Os pesquisadores advertiram, no entanto, que são necessárias novas pesquisas para confirmar o resultado e encontrar uma explicação biológica dos efeitos do café na prevenção do infarto. 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Excesso de álcool na meia-idade aumenta risco de derrame

De acordo com estudo, consumo da bebida entre os 40 e os 60 anos oferece mais risco de AVC do que fatores como hipertensão e diabetes

Vodca
Bebida: risco de derrame foi maior entre homens que bebiam mais de duas doses por dia (Thinkstock/VEJA)
Beber mais de duas doses de álcool por dia na meia-idade, entre os 40 e os 60 anos, aumenta a probabilidade de sofrer um derrame mais do que fatores de risco tradicionais, como hipertensão e diabetes. A conclusão é de um estudo publicado na quinta-feira no periódicoStroke, da Associação Americana do Coração.

Pesquisadores analisaram dados de 11.644 gêmeos suecos, acompanhados por 43 anos. Eles compararam o impacto do álcool entre pessoas que bebiam pouco (menos de metade de uma dose por dia) a muito (mais de duas doses diárias).
Quase 30% dos participantes tiveram derrame. Entre gêmeos idênticos, aqueles que sofreram um AVC bebiam mais do que seus irmãos que não sofreram, sugerindo que o derrame não estava condicionado à genética e ao estilo de vida na infância e adolescência.

Os autores descobriram que os indivíduos que bebiam muito tinham 34% mais risco de sofrer um derrame do que aqueles que bebiam pouco. Para homens na meia-idade, o alto consumo de álcool também se mostrou um maior fator de risco para AVC do que hipertensão e diabetes. Por volta dos 75 anos, porém, a tendência se inverteu: o diabetes e a pressão alta passaram a ser os maiores vilões do derrame.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Abacate diminui colesterol ruim

Comer abacate todo dia diminui colesterol ruim

De acordo com uma pesquisa, consumir a fruta e ingerir gordura moderada reduzem o nível de LDL

Abacate: fruta é rica em gordura insaturada, que ajuda a diminuir os níveis de colesterol ruim
Abacate: fruta é rica em gordura insaturada, que ajuda a diminuir os níveis de colesterol ruim (Thinkstock/VEJA)
Comer um avocado, um tipo de abacate pequeno, por dia, aliado a uma dieta com ingestão moderada de gordura, pode ajudar a diminuir os níveis de colesterol LDL (o "ruim") e, assim, melhorar a saúde do coração. A constatação é de um estudo publicado na quarta-feira no periódico Journal of the American Heart Association.
Participaram da pesquisa 45 adultos com idades entre 21 e 70 anos. Em uma primeira etapa, todos seguiram por duas semanas uma dieta com 34% de calorias vindas de gorduras, 51% de carboidratos e 16% de proteínas. Em seguida, por cinco semanas, os indivíduos foram separados aleatoriamente em três grupos.
Um grupo fez um programa alimentar com pouca gordura e sem avocado, outro ingeriu gordura moderadamente e não comeu abacate e o último consumiu gordura moderadamente e um avocado por dia. No caso das duas últimas dietas, 34% das calorias diárias vinham de gordura, enquanto no regime com pouca gordura esse porcentual era de 17.
Dietas — Os participantes que seguiram o plano que incluía o avocado tiveram uma redução de 13,5 mg/dL do colesterol LDL, comparados a quando fizeram a primeira dieta. Os que seguiram o regime de ingestão moderada de gordura, mas sem o avocado, apresentaram uma redução de 8,3 mg/dL. Já a dieta com pouca gordura diminuiu em 7,4 mg/dL o colesterol ruim. Os autores afirmam que outros fatores de risco de doenças cardiovasculares, como colesterol total e triglicérides, também apresentaram uma melhora com a dieta que incluía a fruta.
Os pesquisadores atribuem os benefícios à gordura insaturada do abacate, que comprovadamente reduz o colesterol ruim e eleva o bom (HDL), assim como às fibras e fitoesterois presentes no alimento.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Sedentarismo, inimigo mortal

Sedentarismo mata duas vezes mais que obesidade, diz estudo

Pesquisa da Universidade de Cambridge constatou ainda que caminhar 20 minutos por dia diminui em até 30% risco de morte prematura

Sedentarismo: não fazer nenhuma atividade física aumenta os riscos de morte prematura
Sedentarismo: não fazer nenhuma atividade física aumenta os riscos de morte prematura (Thinkstock/VEJA)
O número de mortes relacionadas ao sedentarismo é duas vezes maior do que as ligadas à obesidade, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Cambrigde, na Inglaterra, publicada nesta quarta-feira no periódico American Journal of Clinical Nutrition. O estudo ainda constatou que caminhar 20 minutos por dia pode reduzir a mortalidade em pessoas com menos de 65 anos, uma vez que diminui o risco de desenvolvimento de doenças do coração e câncer.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Physical activity and all-cause mortality across levels of overall and abdominal adiposity in European men and women: the European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition Study (EPIC)

Onde foi divulgada: periódico American Journal of Clinical Nutrition

Quem fez: Ulf Ekelund, Heather A Ward, Teresa Norat, Jian'an Luan, Anne M May, Elisabete Weiderpass, Stephen S Sharp e colegas.

Instituição: Universidade de Cambrigde, na Inglaterra.

Resultado: O sedentarismo causa duas vezes mais mortes do que a obesidade. Exercitar-se 20 minutos por dia reduz em até 30% risco de morte prematura.
Para entender a ligação entre sedentarismo, morte prematura e obesidade, os pesquisadores analisaram dados de 334.161 europeus. Eles mediram altura, peso, circunferência abdominal e frequência de atividade física das pessoas ao longo de doze anos.
Conclusões — O estudo relata que apenas um quarto dos participantes era sedentário, isto é, não praticava nenhuma atividade física ou recreacional. Os pesquisadores também visualizaram que fazer 20 minutos de caminhada por dia pode reduzir o risco de morte prematura em 16 a 30%. O impacto é maior nos indivíduos com peso normal, mas também foi observado em pessoas com alto índice de massa corpórea.
De acordo com os autores, 337.000 das 9.2 milhões de mortes na Europa foram atribuídas à obesidade e o dobro desse número, 676.000, ao sedentarismo.
“Um pouco de atividade física diária já beneficia a saúde. A prática de exercícios físicos deve ser uma parte importante da nossa vida diária”, diz Ulf Ekelund, coautor do estudo e pesquisador da Universidade de Cambridge.´