quinta-feira, 5 de agosto de 2021

5 de Agosto: Dia Nacional da Saúde





Desde 1967 esta data entrou para o calendário do Brasil como uma forma de homenagear aos que se dedicam a educação sanitária em prol da saúde.

O dia foi escolhido por ser o de nascimento de Oswaldo Cruz, um dos maiores cientistas da nossa história.

Como médico sanitarista Oswaldo Cruz  foi pioneiro no estudo de doenças tropicais e da medicina experimental.

Viveu em um período em que a febre amarela, a peste bubônica, a malária e a epidemia de varíola dizimava de forma assustadora. O que ele fez? Pesquisou a prevenção, tratamento e cura de doenças. Fez gestão pública para que todos tivessem acesso à Saúde.

Criou o primeiro laboratório de análises clínicas do país.

Fez gestão política para que o Brasil deixasse de exportar soros e passasse a produzir suas próprias vacinas, modernizando a medicina com pesquisa e tecnologia.

Para barrar epidemias, divulgou métodos como o isolamento dos doentes, a notificação dos casos positivos, a captura dos vetores, como mosquitos e ratos, a desinfecção das moradias em áreas endêmicas e a vacinação.

Criou o templo da ciência no Brasil (hoje Fundação Oswaldo Cruz) de onde organizou expedições científicas com pesquisadores como Carlos Chagas, Adolpho Lutz e Belisário Penna, para percorrer o Brasil, de Norte a Sul, para sanear seus portos e o interior.

Fomentou o registro fotográfico do Brasil.

Sua geração concebeu as bases do que é hoje o Sistema Único de Saúde – SUS.

Em homenagem a Oswaldo Cruz, hoje agradecemos a todos que trabalham pela saúde de um Brasil melhor.


Fonte: www.ifb.edu.br


quinta-feira, 22 de julho de 2021

Olimpíadas e sua história



A cada quatro anos, atletas de centenas de países se reúnem num país sede para disputarem um conjunto de modalidades esportivas. A própria bandeira olímpica representa essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade e o bom relacionamento entre os povos e o espírito olímpico são os princípios dos jogos olímpicos.

Os jogos olímpicos são competições muito antigas. Remontam à antiga civilização grega, em especial ao período clássico dessa civilização, no qual estiveram em seu auge cidades-estado como Atenas, Esparta e Tebas.

Os jogos levam esse nome pelo fato de, na Grécia Antiga, terem sido realizados em uma cidade-estado chamada Olímpia. Não se sabe com precisão as razões históricas para a escolha de Olímpia como sede dos jogos, mas há contornos mítico-religiosos nessa escolha que devem ser levados em consideração.

Conta a lenda que o herói grego Hércules (ou Héracles), filho do deus Zeus com uma humana, para comemorar o cumprimento do primeiro de seus Doze Trabalhos, inaugurou uma festa na cidade de Olímpia em homenagem a seu pai. Tal festa ficou caracterizada pelas competições de jogos esportivos, que levavam em conta o desempenho de força, velocidade, beleza de movimentos, etc.

Além dessa narrativa mítica, há outras históricas, mas que são também envoltas em mistérios. É o caso do grego Corobeu, que, conta-se, no ano de 776 a.C., teria vencido a primeira prova de corrida das Olimpíadas, tendo corrido da cidade de Elis até o estádio de Olímpia. Esse teria sido, em todo caso, o marco da origem do esporte olímpico conhecido como atletismo.

O fato é que, apesar da falta de precisão exata para definir a origem dos Jogos Olímpicos, os cidadãos das cidades-estado gregas, principalmente de Atenas e Esparta, realmente peregrinavam de quatro em quatro anos para Olímpia a fim de dedicarem-se à prática dos jogos esportivos. Essa prática tinha de fato relação com o culto a Zeus. Tanto é que, na abertura dos jogos, os participantes sacrificavam animais em homenagem ao pai de Hércules. As competições também tinham a função de celebrar as tréguas das guerras nas quais as cidades-estado gregas estavam frequentemente envolvidas.

Com o fim da civilização grega clássica, os jogos esportivos passaram a ter uma configuração muito particular em cada civilização posterior aos gregos, como os romanos, que se divertiam com a prática de esportes semelhantes, mas que não haviam estabelecido associação direta com os jogos de Olímpia.

Os Jogos Olímpicos, tal como os conhecemos hoje, só passaram a existir no fim do século XIX por obra de um aristocrata suíço chamado Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin.

Coubertin foi um dos promotores dos Jogos Olímpicos de Verão de 1896, realizados em Atenas, capital da Grécia. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira.


Símbolos Olímpicos

Existem símbolos que caracterizam os jogos olímpicos. Os mais importantes são:

Aros interligados

Os cinco aros interligados na bandeira das olimpíadas, que têm as cores azul, amarelo, preto, verde e vermelho, representam os cinco continentes e a união entre eles. É interessante notar que o fundo da bandeira é branco, isto porque é a única cor que está presente na bandeira de cada um dos países filiados ao COI. Este símbolo existe desde 1913 e posteriormente, também passou a ser a marca do próprio Comitê Olímpico Internacional.

Tocha

Apareceu pela primeira vez em Berlim (1936), é inspirada no fogo sagrado e purificador dos gregos antigos. Percorre diversos países, sendo conduzida pelos melhores esportistas de seus respectivos países. É mesmo emocionante ver a tocha chegar à pira olímpica no dia da abertura!

Lema Olímpico

É simples e inspirado também nos gregos - Citius, Altius, Fortius, ou seja, o mais rápido, o mais alto, o mais forte - reflete a ideia de superação do atleta em busca da conquista da medalha olímpica.

Mascote

São personagens que acabam caracterizando cada edição dos jogos olímpicos. A primeira foi criada em 1968 para os jogos da França. O objetivo das mascotes é criar um vínculo afetivo com o público e são criadas levando em consideração as características da cultura ou à fauna do local onde estão sendo realizados os Jogos.

Hino

Foi composto pelo compositor grego, Spirou Samara, com letra do músico, também grego, Cositis Palamas, em 1896. O COI adotou-o como “olímpico” em 1958. Desde então, o hino é executado quando a bandeira olímpica é hasteada em todas as cerimônias de abertura.

Juramento

Os atletas tem que fazer um juramento antes das competições iniciarem. A leitura do juramento cabe a um atleta do país anfitrião e tem seguinte conteúdo: “Em nome de todos os competidores, eu prometo participar nestes Jogos Olímpicos, respeitando e cumprindo com as normas que o regem, no verdadeiro espírito esportivo, pela glória do esporte e em honra às nossas equipes”.

Medalha

Todos correm atrás delas, mas só os melhores conseguem! As medalhas olímpicas de premiação (ouro, prata ou bronze) tem medida padronizada, deve ter, no mínimo, 60 mm de diâmetro e 3 mm de espessura. A medalha de ouro, que corresponde ao 1º lugar deve conter, obrigatoriamente, 6 g de ouro puro, no mínimo. Além disso, todos os atletas e oficiais recebem também uma medalha de participação, oferecida pelo comitê organizador local.


Brasileiros nas Olimpíadas

O Brasil marcou presença pela primeira vez nos jogos olímpicos em 1920, em Antuérpia, na Bélgica. As modalidades que representaram o Brasil na ocasião foram natação, remo e tiro. Os atletas viajaram de navio, mas sem nenhum luxo: tiveram que dormir no restaurante do navio, mas apenas depois que os clientes saíssem. Mesmo sem descanso e condições apropriadas, a equipe de tiro trouxe três medalhas de ouro, prata e bronze nas diferentes categorias.


quinta-feira, 15 de julho de 2021

A importância da vacinação



Muitos estão preocupados se devem ou não se vacinar em meio ao caos que se instala no mundo atualmente.

Mas a real situação é que existem outras doenças podendo ser tão graves como a COVID-19 e que afetam o sistema imunológico podendo causar graves problemas e sequelas.

As vacinas estimulam a produção das defesas do organismo por meio de anticorpos específicos. Logo, ensinam o corpo a se defender contra o vírus. Quando o vírus se instala no corpo o sistema de defesa é reativado pelo nosso sistema imunológico, fazendo com que a ação do vírus seja limitada ou totalmente eliminada antes que a doença se instale totalmente no corpo do indivíduo.

Por conta da COVID-19, a vacina da gripe ganhou um reforço neste ano, pois estão prevenindo as doenças que afetam o sistema imunológico e que protegem o organismo contra infecções e bactérias. Inclusa na carteirinha de vacinação, que é viável levá-la no dia da vacinação, está à vacina da Febre Amarela.

Enquanto aguardamos ansiosos para tomar a vacina da COVID-19, devemos ter em mãos a nossa carteirinha de vacinação para reconhecimento de quais vacinas devemos tomar. Inclusa nelas está à vacina da Febre Amarela.

Cabe a nós deixarmos nosso sistema imunológico saudável, incluindo alimentos ricos em nutrientes e micronutrientes, tomarmos vitamina D (ou até mesmo tomar sol), evitar o tabagismo e consumo de álcool, a prática de exercícios físicos e também a consulta com psicólogos para combate à depressão e ansiedade.

Quanto a vacinação em crianças, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu uma nota recomendando a vacinação mesmo com a pandemia.

Em tempos de pandemia pela nova Corona vírus é importante manter em dia a vacinação de rotina, garantindo a sua segurança e a da sua família.


Como a vacina atua no nosso corpo?

Quando nos vacinamos, apresentamos ao nosso corpo um antígeno até então desconhecido. O corpo passa, com isso, a produzir anticorpos contra ele. Nesse primeiro momento, a produção de anticorpos é relativamente lenta. Além da produção de anticorpos, o organismo produz células de memória, ou seja, células que, ao serem expostas novamente ao mesmo antígeno, serão capazes de produzir anticorpos mais rapidamente.

Em virtude da presença de células de memória, uma pessoa vacinada consegue que seu sistema imune atue de maneira mais rápida, evitando que a doença se desenvolva. Assim sendo, a vacina atua como um agente preventivo, devendo ser utilizada antes do contágio. Ela é considerada uma forma de imunização ativa, pois estimula nosso organismo a produzir substâncias de defesa.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

1º de julho - Dia da Vacina BCG



O Dia da Vacina BCG é comemorado em 1º de julho, data da criação dessa importante vacina. A BCG (Bacilo Calmette-Guérin) é utilizada na prevenção da tuberculose, uma doença transmitida pela saliva e materiais contaminados e causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch.

A vacina BCG foi criada pelos pesquisadores Albert Calmette e Camille Guerin a partir de uma bactéria responsável por desencadear mastite tuberculosa bovina, a Mycobacterium bovis. Sua primeira utilização foi feita em uma criança recém-nascida de mãe que apresentava tuberculose em 1921. No Brasil, ela começou a ser usada em 1927, e a cepa utilizada é chamada de BCG Moreau.

A eficácia da BCG é grande, principalmente na forma disseminada da tuberculose, em que a vacina garante cerca de 78% de proteção. Vale destacar que a proteção varia de acordo com o paciente e também com o país, uma vez que as cepas utilizadas para a fabricação das vacinas variam de acordo com a localidade. Apesar da vacina BCG ter sido criada com a finalidade de proteger contra a tuberculose, estudos garantem que essa vacina também garante certa proteção contra a hanseníase.

Inicialmente a vacina era administrada de maneira oral, só posteriormente que se adotou a aplicação intradérmica. No Brasil, essa nova forma de utilizar a BCG foi iniciada a partir de 1968 e baseia-se na injeção da substância no braço direito, mais precisamente na região deltoideana.

Desde 1976 o Ministério da Saúde tornou obrigatória a administração da BCG em crianças. Recomenda-se que ela seja aplicada em crianças entre 0 e 4 anos, de preferência no bebê recém-nascido. A vacina, no entanto, apresenta algumas contraindicações, tais como para crianças com peso inferior a 2kg, imunodeficientes, desnutridas, com erupções cutâneas generalizadas e que estão realizando tratamento com corticoides.

Atualmente a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda apenas uma dose da vacina, uma vez que a segunda dose não provoca um aumento considerável na proteção, não havendo evidências científicas de sua necessidade. Vale destacar que, em alguns países, a segunda dose ainda é administrada.

A BCG é segura e caracteriza-se por deixar uma pequena cicatriz no braço onde foi aplicada. Essa cicatriz aparece após uma reação que se inicia no local após aproximadamente duas semanas. É importante que os pais não se preocupem com a lesão que surge no braço, que, em muitos casos, lembra uma espinha. Entretanto, é importante ficar atento para lesões mais intensas e procurar um médico principalmente se for observado o surgimento de ínguas nas axilas.

Fonte: brasilescola

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Dia da Imigração Japonesa



O Dia da Imigração Japonesa ou Dia Nacional da Imigração Japonesa é comemorado em 18 de junho.

Oficialmente, o Dia Nacional da Imigração Japonesa foi instituído no Brasil através da Lei nº 11.142, de 25 de julho de 2005.

A imigração japonesa começou no início do século XX, como um acordo entre o governo japonês e o brasileiro, uma vez que o Japão vivia uma série crise econômica. Por outro lado, o Brasil necessitava de mão de obra para a lavoura do café.

A colônia japonesa do Brasil está dividida em: isseisnisseissanseis yoseis.




Origem do Dia da Imigração Japonesa

O Dia da Imigração Japonesa é comemorada no dia 18 de junho porque foi a data na qual o primeiro navio aportou ao Brasil com imigrantes japoneses, no porto de Santos, em São Paulo, em 1908.

O navio Kasato Maru trouxe 165 famílias que vieram para trabalhar nos cafezais, outros na exploração de borracha na Amazônia ou nas plantações de pimenta no Pará, que eles próprios trouxeram.

A chegada de navios ocorreria de forma irregular por conta das duas guerras mundiais e a última embarcação a trazer imigrantes japoneses, o navio Nippon Maru, aconteceu em 1973.

A maior parte dos japoneses eram camponeses pobres, oriundos das províncias do Sul e do Norte do Japão, e foi no estado de São Paulo que permaneceu a maior parte dos colonos japoneses que vieram para o Brasil.

Calcula-se que 2 milhões de japoneses e seus descendentes vivam no país e destes 1,3 milhões estejam no estado de São Paulo.

Assim é o estado que mais tem descendentes e com a influência nipônica mais acentuada. Vários japoneses também se estabeleceram em cidades como Atibaia, Suzano e Lins; e na capital, o bairro da Liberdade tornou-se o "bairro japonês" devido à grande concentração de moradores dessa nacionalidade.

Diferente do que ocorreu com outras comunidades japonesas espalhadas pelo mundo, aqui muitos nipônicos casaram-se com os nativos e adotaram a religião local.

Fonte: calendarr.com

quinta-feira, 10 de junho de 2021

A Origem do Dia dos Namorados



O dia dos namorados no Brasil é comemorado dia 12 de junho, sendo uma data reservada para que os casais demonstrem o amor e cuidado mútuo.

Na maioria dos países, essa data é celebrada em fevereiro e leva o nome de Valentine's Day, ou dia de São Valentim, e costuma ser uma ocasião também para homenagear outras pessoas queridas.

Já no território brasileiro, o dia carrega uma história relacionada ao mercado e consumo.

Origem do Dia de São Valentim (Valentine's Day)

Nos países europeus e nos EUA, o dia dos namorados é o Dia de São Valentim, comemorado em 14 de fevereiro.

A data é uma referência a um padre romano chamado Valentim, que no século III foi condenado à morte por contrariar as ordens do imperador Cláudio II.

O monarca havia proibido a realização de casamentos, pois acreditava que homens casados não eram bons soldados.

Entretanto, o padre Valentim, crendo que o casamento fazia parte dos planos divinos, continuou a celebrar matrimônios, indo contra as ordens do estado. Assim, depois de descoberto, foi preso e morto pelo imperador, provavelmente no mês de fevereiro.

Mas antes, quando era prisioneiro, apaixonou-se por uma moça e passou a lhe enviar cartas, em uma delas é possível que tenha assinado "do seu Valentim". É por isso que uma das tradições dos povos que cultuam esse dia é enviar cartões à pessoa amada.

No século V, o papa Gelásio passa a reconhecer o padre como santo e institui o Dia de São Valentim. A partir de então, Valentim passa a ser um símbolos dos apaixonados.

Outro fato que contribuiu para que a data fosse decretada em fevereiro é que nesse mesmo período do ano havia uma festa pagã em Roma intitulada "Lupercalia".

O festival marcava a transição para a primavera e prestava homenagens a deusas mitológicas, sendo também uma oportunidade para a prática de atos sexuais.

Com a oficialização da religião católica, a Igreja resolveu banir o festival, transformando-o em um evento relacionado ao cristianismo.

Dia nos namorados no Brasil

Não é costume do povo brasileiro comemorar o Dia de São Valentim. Por aqui temos outra data que cumpre a mesma função, o Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho.

A história do dia dos namorados, porém, apresenta um enredo mais objetivo. Aqui, a data foi criada com uma função comercial, para aquecer o mercado no mês de junho, considerado fraco em vendas.

O idealizador desse dia foi o empresário João Agripino da Costa Dória Neto (pai do atual Governador João Dória Júnior), que em 1949 formulou uma campanha publicitária que sugeria o dia 12 de junho como uma data para demonstrar o amor ao parceiro através de presentes. O slogan de sua campanha, inclusive, era: "Não é só com beijos que se prova o amor".

O dia foi escolhido pois é a véspera do dia de Santo Antônio, considerado o "santo casamenteiro".

Tal data fez sucesso no país e tornou-se oficialmente a ocasião para demonstrar o amor entre casais. Hoje em dia, junho é um dos meses mais lucrativos para o comércio.

Fonte: todamateria.com.br

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Edifício Martinelli - O primeiro arranha-céu construído na cidade de São Paulo


O Edifício Martinelli foi idealizado pelo empresário italiano Giuseppe Martinelli (1870-1946). O projeto original é de autoria do arquiteto húngaro William Fillinger (1888-1968), formado na Academia de Belas-Artes de Viena. Entretanto, as ampliações feitas durante a obra são propostas por Giuseppe Martinelli, que, antes da imigração para o Brasil, na última década do século XIX, faz um curso de construção na Escola Popular de Belas Artes de Lucca, na Itália.

O projeto é iniciado em 1922. Os primeiros desenhos preveem a construção de 14 pavimentos. Durante a obra, Giuseppe demanda o acréscimo de 6 andares à torre, ambicionando construir o primeiro arranha-céu de São Paulo.

Na década de 1920, a cidade tem poucos prédios altos. A maioria dos edifícios não ultrapassa três pavimentos, e a construção mais elevada é o prédio Sampaio Moreira, com 12 andares, também na rua Líbero Badaró. Com o auxílio do sobrinho Ítalo Martinelli como engenheiro-calculista, o empresário amplia para 24 o número de andares. Esse aumento  faz com que a construção seja embargada, sob denúncias de que o prédio apresenta riscos de ruir.

Registros da época informam que populares mudam de calçada ao passar pela construção, temendo pelo desabamento iminente noticiado nos jornais da época. Depois que a obra é liberada e operários retornam ao canteiro de construção, Giuseppe Martinelli determina o erguimento de mais 5 andares (perfazendo os 30 pavimentos atuais).

Para comprovar a segurança de seu empreendimento, esses últimos andares são transformados na residência do empresário, apelidada de Casa do Comendador. O Edifício Martinelli é inaugurado em 1929, com 105,65 metros de altura.

Torna-se o prédio mais alto da América Latina, ultrapassando o Edifício A Noite, no Rio de Janeiro. O Edifício Martinelli perde o título quando é inaugurado o Edifício Kavanagh, em Buenos Aires, em 1936. Permanece como o mais alto edifício de São Paulo, até a inauguração do Edifício Altino Arantes, popularmente conhecido como “Torre Santander”.

Com cerca de 50 mil metros quadrados de área construída, o Edifício Martinelli tem fachadas voltadas para as ruas Líbero Badaró, São João e São Bento, no centro antigo de São Paulo.

Em sua origem, o Martinelli é um edifício de uso misto: a entrada da rua Líbero Badaró é destinada aos apartamentos residenciais de alto padrão; no lado oposto, na rua São Bento, estão o antigo Cine Rosário e os acessos para as áreas comerciais, com restaurantes, confeitarias, a escola de dança e sedes de partidos políticos e clubes de futebol; na rua São João, encontra-se a fachada mais larga, onde está o saguão do Hotel São Bento, com acesso aos aposentos e aos salões Verde e Mourisco, conhecidos por abrigar eventos da alta sociedade.

A inauguração do Edifício Martinelli coincide com a Crise de 1929. A quebra da Bolsa de Nova York afeta diretamente a empresa de transporte marítimo de Giuseppe Martinelli. A procura menor que a esperada por unidades no edifício não saldam as dívidas contraídas no período da construção. Com isso, em 1934, Giuseppe vende o Edifício Martinelli para o Istituto Nazionale di Credito per il Lavoro Italiano All'Estero, ligado ao governo da Itália.

Quando o Brasil entra na Segunda Guerra Mundial contra o eixo formado por Alemanha, Japão e Itália, o edifício é confiscado pelo governo brasileiro. Por meio de leilão, transforma-se em um condomínio de apartamentos.

Entra em um longo período de degradação e passa a ser mais conhecido pela presença nas páginas policiais do que pela monumentalidade. Depois de décadas de abandono, o prédio é reformado pela prefeitura de São Paulo entre 1975 e 1979. Reabre com a ocupação majoritária de secretarias municipais - uso que permanece hoje.

A forma do Edifício Martinelli tem como matriz a composição tripartite clássica, com embasamento, corpo principal e coroamento. O projeto segue o estilo eclético, com ornamentos de características neoclássicas, em voga na década de 1920.

É possível encontrar similitudes com as configurações formais de grandes hotéis construídos na mesma época na região central de Manhattan, em Nova York - principalmente no que diz respeito à divisão do corpo principal em quatro partes, por meio de reentrâncias na fachada.

A construção é uma das primeiras no Brasil a ter estrutura em concreto armado. Grande parte dos materiais empregados vem do exterior: cimento proveniente da Escandinávia, escadas revestidas em mármore de Carrara, portas feitas em pinho-de-riga, louça sanitária da Inglaterra, elevadores da Suíça e papéis de parede, vidros e espelhos de origem belga. A partir do vigésimo pavimento, as paredes das salas são ornamentadas por pinturas a óleo, eliminadas em reformas posteriores.

As fachadas contêm um tom rosado que singulariza o Edifício Martinelli. Seu embasamento é recoberto com granito levemente avermelhado. O corpo principal é revestido de massa cor-de-rosa, composta por cristal de rocha, vidro moído, areia e pó-de-mica. O coroamento é similar a uma mansarda, com telhas de ardósia.

O Edifício Martinelli foi o primeiro arranha-céu construído na cidade de São Paulo e representa o ensejo coletivo de desenvolvimento e de modelo urbano de expansão que os paulistanos prosseguem adotando: a verticalização da metrópole.


Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br