quarta-feira, 13 de abril de 2016

Insônia danifica região do cérebro ligada à emoção

De acordo com novo estudo, a relação pode justificar a sensação de tristeza após noites mal dormidas



De acordo com o estudo, pessoas com insônia constante apresentaram danos significativos na matéria branca de regiões do cérebro responsáveis pelo controle das emoções e da consciência, quando comparados com indivíduos com sono regular

Não ter uma boa noite de sono danifica o cérebro. Principalmente as partes relacionadas à emoção e à consciência. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Radiology, essa pode ser a explicação para o motivo de você se sentir um pouco depressivo após uma noite de insônia.
Segundo informações do jornal britânico Daily Mail, pesquisadores do Hospital Popular Provincial Guangdong No.2, na China, analisaram o cérebro de 23 pacientes com insônia "primária" (dificuldade em iniciar ou manter o sono e pela sensação de não ter um sono reparador) ou grave, que relataram problemas para dormir por pelo menos um mês. As imagens, que foram captadas por scanners cerebrais de alta tecnologia e mostraram a força das correntes eléctricas no cérebro, foram em seguida comparadas com as de 30 pessoas saudáveis.
Os resultados mostraram diferenças significativas na matéria branca - a "fiação", que conecta as diferentes partes do cérebro - entre os dois grupos. As pessoas que sofriam insônia constante apresentaram sinais de danos na matéria branca do cérebro como um todo, mas as lesões mais severas estavam concentradas no hemisfério direito. Essa é justamente a região que tende a controlar a emoção. Foi observado também uma significativa redução na integridade da matéria branca presente no tálamo, área responsável por regular a consciência, o sono e o estado de alerta.
Os pesquisadores perceberam também que nestes pacientes o corpo caloso - seção que liga os dois hemisférios - não estava funcionando de forma eficaz. e que havia uma perda de mielina, camada protetora ao redor das fibras nervosas.
"A reduzida [atividade] no corpo caloso pode estar relacionada com perturbações emocionais e do sono em pacientes com insônia primária. Isso significa que essa alteração pode estar relacionada ao humor deprimido nestes pacientes", escreveram os autores.
A insônia é comumente associada com fadiga diurna, distúrbios de humor, comprometimento cognitivo e pode levar à depressão e à ansiedade. Isso porque a alteração constante do relógio biológico - mecanismo interno que sincroniza as funções corporais ao padrão de 24 horas de rotação da Terra - pode gerar problemas de saúde em longo prazo. Os resultados do novo estudo sugerem que uma explicação para isso: a alteração do relógio biológico impacta o cérebro negativamente.
"A insônia é um distúrbio extremamente prevalente. No entanto, suas causas e consequências ainda são esquivas. Tratos de substância branca são feixes de axônios - ou fibras longas de células nervosas - que conectam uma parte do cérebro com a outro. Se esses tratos são prejudicados, a comunicação entre as regiões do cérebro é interrompida. " , explicou Shumei Li, líder do estudo.
Como este foi apenas um estudo observacional, os autores afirmam que ainda são necessárias mais pesquisas para confirmar se os danos cerebrais são causa ou consequência da insônia.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Vitamina D faz bem à saúde do coração


De acordo com novo estudo, pacientes com insuficiência que receberam uma dose diária da vitamina registraram melhora na função cardíaca.
Uma dose diária de vitamina D melhora a função cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca. A conclusão é de um estudo apresentado na segunda-feira durante o 65ª Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, realizado em Chicago, nos Estados Unidos.
Estudos anteriores já relacionaram a deficiência de vitamina D - cuja produção está associada à exposição ao sol - com a insuficiência e outros problemas cardíacos. Mas este é o primeiro a mostrar que a suplementação da vitamina nestes pacientes pode, de fato, melhorar a função cardíaca.
Para chegar ao resultado, pesquisadores da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha, realizaram um experimento com 160 pacientes com insuficiência cardiáca e que já estavam sob algum tratamento, como o uso medicamentos ou de marca passo. Durante o período de um ano, os participantes foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu doses diárias da vitamina, enquanto o segundo tomou um placebo.
Após esse período, os participantes foram submetidos a exames que mediam a função cardíaca. Os resultados mostraram que aqueles que tomaram a vitamina tiveram uma melhora considerável na fração de ejeção - quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada batimento. Enquanto o grupo de controle não registrou nenhuma mudança.
Em geral, a fração de ejeção de uma pessoa saudável fica entre 60% e 70%. Nos pacientes do estudo, contudo, a média de fração de ejeção no início do experimento era de apenas 26%. Após a suplementação, a função de bombeamento dos participantes que tomaram a vitamina D subiu para 34%.
"Este é um avanço significativo para os pacientes e é a primeira evidência de que a vitamina D pode melhorar a função cardíaca de pessoas com fraqueza do músculo cardíaco - conhecida como insuficiência cardíaca.", disse Klaus Witte, líder do estudo.
Para os autores, essa descoberta significa que tomar vitamina D regularmente pode diminuir a necessidade de usar um cardiodesfibrilador implantável (CDI), um dispositivo que detecta alterações perigosas do ritmo cardíaco e, se necessário, libera um choque forte no peito que provoca retorno do coração ao ritmo normal.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Tome sol e aumente a sua expectativa de vida

De acordo com um novo estudo, o hábito reduz o risco de morte por doenças cardiovasculares
De acordo com o estudo, realizado por pesquisadores suecos, mulheres que evitam o sol vivem de 0,6 a 2,1 anos menos do que aquelas que tomam banho de sol com frequência (VEJA.com/VEJA)

Tomar sol frequentemente aumenta a expectativa de vida ao reduzir o risco de morte por doenças cardiovasculares e outras condições não cancerosas. É o que indica um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Internal Medicine.
O trabalho, conduzido por pesquisadores do Hospital Universitário Karolinska e da Universidade de Lund, ambos na Suécia, acompanhou 29.518 mulheres durante 20 anos. Os resultados mostraram que aquelas que evitam o sol vivem de 0,6 a 2,1 anos menos do que as mulheres que tomam banho de sol com frequência.
De acordo com os autores, a exposição ao sol reduz o risco de doença cardíaca e outras condições não cancerosas. Os resultados sugeriram, inclusive, que a falta de sol pode ter o mesmo impacto do tabagismo sobre a expectativa de vida. "Descobrimos que não fumantes que se não se expunham ao sol corriam um risco de morte semelhante ao de fumantes com alto índice de exposição solar. Isso indica que evitar a exposição ao sol pode ser um fator de risco da mesma magnitude do tabagismo", disse Pelle Lindqvist, principal autor do estudo.
Ainda são necessários outros estudos para saber os motivos. Uma das possibilidades a ser avaliadas é o efeito da vitamina D, composto produzido pelo organismo na exposição solar.
Apesar dos resultados, os autores ressaltam que a exposição aos raios UV está diretamente relacionada ao aumento do risco de câncer de pele. Por isso, especialistas recomendam o uso diário de protetor solar 30 minutos antes da exposição ao sol.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Sedentarismo aos 40 prejudica a saúde do cérebro

De acordo com um novo estudo, pessoas sedentárias na meia-idade podem ter redução do volume cerebral e envelhecimento acelerado

Ser sedentário aos 40 anos pode contribuir para o envelhecimento e redução do volume cerebral na terceira idade. É o que diz um estudo publicado recentemente na revista científica Neurology.
A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, analisou 1.583 pessoas, com, em média 40 anos, sem demência ou doenças cardíacas. Todos os participantes realizaram um teste de esforço na esteira e foram submetidos a tomografias do cérebro. Duas décadas depois, os procedimentos foram repetidos.
Os resultados mostraram que as pessoas que tiveram pior desempenho no primeiro teste de esforço apresentaram um menor volume cerebral na tomografia realizada 20 anos mais tarde.
O desenvolvimento de problemas cardíacos também se mostrou um indicador de aceleração do envelhecimento cerebral. Os participantes que não tinham problemas cardíacos nem usavam medicamentos para pressão alta apresentaram o equivalente a um ano de envelhecimento acelerado do cérebro. Por outro lado, aqueles que tinham problemas no coração ou usavam medicação para pressão apresentaram o equivalente a dois anos de envelhecimento cerebral.
"Encontramos uma correlação direta entre má forma física e o volume do cérebro nas décadas seguintes, o que indica envelhecimento acelerado.Além disso, os resultados sugerem que um bom condicionamento físico na meia-idade pode ser particularmente importante para milhões de pessoas ao redor do mundo que já têm alguma evidência de doenças cardíacas.", disse Nicole Spartano, principal autora do estudo.
Os autores também descobriram que as pessoas cuja pressão sanguínea e frequência cardíaca subiam de forma mais acelerada no primeiro teste de esforço corriam um risco aumentado de ter cérebros menores 20 anos depois.
A redução do volume e o envelhecimento cerebral são processos naturais do envelhecimento humano. No entanto, essa atrofia está associada ao declínio cognitivo e ao aumento do risco de demência. Cientistas argumentam que a prática de atividade física pode reverter essa deterioração.
Embora este seja apenas um estudo observacional que mostra apenas uma associação entre as condições, os autores ressaltam que é preciso lembrar que as escolhas de saúde e estilo de vida feitas pelas pessoas podem ter consequências muitos anos depois.

terça-feira, 1 de março de 2016

Uma alimentação saudável pode evitar a depressão

Manter uma alimentação saudável em nível moderado ajuda a reduzir o risco de depressão em até 30%  (Thinkstock/VEJA)

Um novo estudo, publicado recentemente na revista científica BMC Medicine, revelou que uma dieta rica em vegetais, legumes, peixes, castanhas e nozes pode ser grande aliada para evitar a depressão. Além disso, de acordo com a pesquisa, é essencial evitar o consumo de carnes processadas e alimentos de redes de fast food.
Os pesquisadores da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria, na Espanha, acreditam que a relação entre alimentação saudável e redução no risco de depressão pode ser explicada pelo fato de que o alto consumo de micronutrientes como vitamina B, ácido fólico e zinco, estimulam a saúde do cérebro. Uma alimentação menos nutritiva, contudo, pode causar mais riscos de desenvolver a doença.
Para realizar o estudo, os pesquisadores perguntaram a 15 000 universitários espanhois, sem diagnóstico de depressão, como era o hábito alimentar de cada um deles. Oito anos depois, foi descoberto que 1 550 participantes utilizavam antidepressivos ou foram diagnosticado com a doença.

A partir das informações coletadas, os autores do estudo descobriram que aqueles que mantiveram uma alimentação saudável apresentaram um risco até 30% menor de depressão, em comparação com aqueles que se consumiram alimentos menos saudáveis.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Peixes e frutos do mar protegem o cérebro do Alzheimer

Portadores do gene ApoE4, um fator genético de risco para o Alzheimer, que ingeriam peixe e frutos do mar pelo menos uma vez por semana tinham menores quantidades de proteínas nocivas no cérebro(Thinkstock/VEJA)
Estudo mostra que o mercúrio nestes alimentos não prejudica o cérebro.
O efeito protetor revelou-se especialmente benéfico em portadores de um gene de risco associado à doença
Consumir ao menos uma porção de peixe ou frutos do mar por semana ajuda a proteger o cérebro do Alzheimer. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of the American Medical Association (Jama), tal efeito mostrou-se especialmente benéfico em pessoas portadoras do gene ApoE4, um fator de risco para a doença.
Pesquisadores do Centro Médico da Universidade Rush, nos Estados Unidos, analisaram uma base de dados com informações de 300 pessoas que preencheram questionários regulares sobre sua dieta e se submeteram a avaliações neurológicas anualmente, a partir de 1997. Os participantes concordaram em doar seus cérebros para pesquisa após a morte e entre 2004 e 2013, período em que os voluntários faleceram, foram realizadas autópsias que possibilitaram a medição dos níveis de mercúrio no cérebro e a presença de placas e emaranhados característicos do Alzheimer. Já os questionários permitiram que os autores soubessem a quantidade de peixe consumida semanalmente pelos participantes.
"O consumo de frutos do mar é recomendado por causa de seus muitos benefícios à saúde, mas eles também são uma fonte de mercúrio, um conhecido neurotóxico que talvez possa aumentar o risco de neuropatologias associadas à demência. Assim, nesse estudo, queríamos relacionar os níveis de mercúrio no cérebro tanto com o consumo de frutos do mar, quanto com as neuropatologias ligadas ao mal de Alzheimer, à demência vascular e à demência com corpos de Lewy", disse Martha Clare Morris, líder da pesquisa.

Os resultados mostraram que as pessoas que consumiam peixe ou frutos do mar uma vez por semana realmente tinham níveis de mercúrio no cérebro mais altos, em comparação àqueles que ingeriam menos peixe. Entretanto, estes níveis não se mostraram prejudiciais neurologicamente. Além disso, portadores do gene ApoE4 que ingeriam estes alimentos pelo menos uma vez por semana tinham menores quantidades de proteínas nocivas em seu cérebro.
O ApoE4 é considerado um fator de risco para o desenvolvimento de Alzheimer que afeta cerca de 30% da população em geral. No estudo, 22,7% dos participantes carregavam ao menos uma cópia deste gene. Os autores acreditam que o efeito protetor dos peixes e frutos do mar foram maiores nestes pacientes, pois eles eram mais propensos a ter placas de proteína no cérebro.
"Descobrimos que o consumo de uma ou mais refeições de peixe e frutos do mar por semana foi correlacionado com maiores níveis de mercúrio no cérebro, mas esses níveis não foram associados a qualquer neuropatologia. Além disso, o consumo de uma ou mais refeições destes alimentos por semana foi associada com um fardo menor de neuropatologias ligadas ao Alzheimer, mas só em pessoas que tinham a variante APOE4 do gene que produz a apolipoproteína E", conta Martha. A apolipoproteína E é uma das principais associadas ao risco de desenvolvimento do Alzheimer.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Manter uma dieta rica em fibras ajuda a melhorar o sono

De acordo com um novo estudo, ingerir proteínas antes de dormir também contribui para que as pessoas adormeçam mais rapidamente.
Ingerir alimentos ricos em fibras ajuda a dormir melhor. Por sua vez, alimentos ricos em gordura saturada e açúcar, como manteiga e sorvete, estão associados a um sono mais leve e menos restaurador.

Uma dieta rica em fibras pode ajudar a melhorar a qualidade do sono. É o que diz um estudo publicado na edição de janeiro da revista científica Journal of Clinical Sleep Medicine. O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, também descobriu que refeições com mais proteína e pouca gordura saturada também contribuem para cair no sono mais rapidamente. "Nossa principal descoberta é que a qualidade da dieta afeta a qualidade do sono", disse Marie-Pierre St-Onge, responsável pelo estudo.
Para o levantamento, os pesquisadores acompanharam 26 adultos com idade média de 35 anos e peso normal. Durante cinco noites, eles dormiram em um laboratório especializado em monitorar o sono. Todos ficaram nove horas na cama (das 22h às 7h) e dormiram, em média, 7h35 por noite. Dados do sono dos participantes foram coletados na terceira noite, depois de três dias de alimentação controlada, e na quinta, após um dia de alimentação livre.
Segundo os resultados, quando consumiram os alimentos recomendados pela nutricionista que eram ricos em proteínas e com baixo teor de gorduras saturadas, os participantes demoraram aproximadamente 17 minutos para dormir. No dia em que os voluntários fizeram refeições por conta própria, eles levaram quase o dobro de tempo para pegar no sono.
"É surpreendente ver que como um único dia com grande ingestão de gordura e pouca fibra pode influenciar negativamente o sono", disse Marie-Pierre. Sabe-se que a má qualidade do sono já foi relacionada a problemas crônicos de saúde como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.
O Ministério da Saúde recomenda a ingestão de 25 gramas de fibras por dia. O feijão preto, por exemplo, tem 15 gramas em cada xícara do nutriente.